Quando comprar uma franquia barata ou novata vira um pesadelo
Uma franquia barata pode parecer uma tábua de salvação para quem perdeu o emprego e não tem dinheiro ou conhecimento para abrir um negócio independente. Não é à toa que o número de opções de franquias baratas disponíveis no mercado cresce a cada ano.
No entanto, é preciso saber escolher com cautela, pois existem negócios que viram franquias antes de estarem preparados para isso. Nesses casos, o que parece ser a solução para os problemas pode virar uma grande dor de cabeça para o franqueado, e muitos são aqueles que se arrependem do negócio logo depois de o contrato.
Um exemplo é a rede de franquias de produtos de limpeza Ecoville, de ville (SC), que vive atualmente um desentendimento judicial com um grupo de franqueados. Eles alegam prejuízo por causa da qualidade dos produtos e discrepância entre os investimentos reais e os previstos. A empresa nega irregularidades e diz que as dificuldades são comuns a qualquer negócio (leia mais sobre problemas na franquia clicando aqui).
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Falta de estrutura de apoio por parte do franqueador, contratos que não refletem a realidade e marcas frágeis são apenas alguns dos problemas destacados por especialistas em franquias consultados pelo UOL.
Esse tipo de franquia acaba fechando, enquanto grande parte de seus franqueados terminam sem condições de recorrer à Justiça porque já investiram toda a poupança da família no novo negócio e não podem pagar os custos de um processo.
Pagar para ser um vendedor não é bom negócio
Um risco comum que se corre ao comprar franquias baratas é o franqueado se tornar, na prática, um vendedor dos produtos da franqueadora, e ainda pagar taxas elevadas para isso.
Segundo o consultor do Sebrae associado à ABF Erlon Labatut, da consultoria Franqueador.com, de Curitiba, é muito comum ver franquias que enxergam os franqueados como vendedores, mas ele avalia que pagar para ser vendedor não é um bom negócio.
“Nesses casos seria mais interessante a pessoa fazer um curso e trabalhar de forma independente do que comprar a franquia”, afirma Labatut.
Muitas vendem licença só para pegar a taxa de franquia
A desilusão acontece principalmente quando o franqueado compra uma franquia que tem pouca ou nenhuma experiência de atuação no mercado, e por isso não tem o conhecimento nem o marketing que justificariam o valor pago pela franquia.
“Quando o empreendedor compra uma franquia assim, o arrependimento vem bem rápido, em menos de dois meses”, conta Labatut, que atende o público no Sebrae uma vez por mês.
Embora existam inúmeros casos de negócios sérios e bem-sucedidos, os especialistas destacam que as franquias não lucrativas têm como estratégia lucrar com a venda da marca sem oferecer a contrapartida necessária.
“Elas fazem uma venda rápida de muitas unidades para tomar a taxa e depois veem o que acontece”, afirma o consultor e proprietário da Rizzo Franchise, Marcus Rizzo.
Em 3 anos, dispara número de microfranquias
Nos últimos anos, houve uma enxurrada de novas franquias no mercado, e as microfranquias ganharam espaço. Entre 2013 e 2016, segundo os dados mais recentes da Associação Brasileira de Franchising (ABF), a quantidade de microfranquias aumentou 45% no país, ando de 384 para 557 redes que operam nesse modelo.
A entidade considera que se enquadram nesta categoria as franquias com investimento inicial total de até R$ 90 mil, mas na média o investimento é de R$ 45 mil, considerando as empresas associadas à ABF.
No entanto, nem todas as empresas que partiram para a venda de franquias têm a estrutura necessária. “Existem empresas que não têm nem seis meses de operação e estão vendendo franquia. Como podem multiplicar um negócio se ainda não foi comprovado o seu sucesso">var Collection = { "path" : "commons.uol.com.br/monaco/export/api.uol.com.br/collection/economia/empreendedorismo//data.json", "channel" : "empreendedorismo", "central" : "economia", "titulo" : "Empreendedorismo", "search" : {"tags":"12640"} };