Com a perspectiva de uma inflação menor para 2025, economistas começam a prever uma estagnação dos juros, mudando o entendimento de que a Selic poderia ultraar o patamar atual de 14,75% ao ano. Neste cenário, quais os melhores investimentos na renda fixa prefixada para aproveitar os ganhos elevados por mais tempo? Veja a seguir. Qual o cenárioEconomistas am a prever que juros não devem mais subir. Nesta semana, o relatório Focus, do Banco Central (BC), mais uma vez trouxe a expectativa de que os juros devem permanecer em 14,75%. Em maio, a avaliação é que a Selic poderia alcançar 15% a.a., com a tendência de alta nos preços. Cenário mudou com inflação menor. Em abril, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede o reajuste de preços no País, subiu 0,43%, desacelerando o ritmo em relação aos 0,56% em março. Segundo o IBGE, o IPCA chegou a 5,53% no acumulado de 12 meses até abril. Pode ser uma boa oportunidade para "travar" esses juros com opções prefixadas por um período mais prolongado. Como funcionam os investimentos prefixadosInvestidor conhece no momento da compra qual será a remuneração no vencimento. Dessa forma, se adquirir um investimento por 12% ao ano, ele terá esse prêmio garantido na hora do resgate. Mas isso só vale se a pessoa manter o dinheiro investido por todo o período. Marcação a mercado é ponto de atenção na renda fixa. Essa é uma atualização diária que acontece também na variável, sendo uma boa opção para quem pensa em se desfazer do ativo antes do prazo de vencimento. Alguns dos investimentos com marcação a mercado são Certificado de Depósito Bancário (CDBs), Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e os títulos do Tesouro Direto. Opções de crédito privado têm marcação na curva. Isso significa que produtos como debêntures, Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) são atualizados apenas pela taxa definida na compra. Ou seja, se o título foi comprado com uma remuneração de 10%, essa será a atualização no vencimento. Quais os melhores ativos para ganhar com os juros altos por mais tempo?Preferência pelo Tesouro Direto. A analista de investimentos da Nord, Maria Luisa Paolantoni, diz que opções como debêntures, os CRIs, CRAS estão num momento de juros e remunerações adicionais mais comprimidas. Possibilidade de venda antecipada com juros menores. Paolantoni afirma que, assim, os investidores podem ter ganhos relevantes nessa movimentação. "Além dele (investidor) ter a possibilidade de carregar até o vencimento com uma taxa próxima de 14% ao ano, ele também tem essa possibilidade adicional de marcação a mercado", diz ela. Prefixados podem ganhar valorização com queda dos juros. O head de renda fixa da Suno Research, Guilherme Almeida, diz que enquanto há um risco de prejuízo ou de uma remuneração muito menor no caso da compra em períodos de alta da Selic, no cenário atual esses títulos podem se valorizar em caso de baixa dos juros. "Você tem o seu título valorizado e, se vendê-lo antes do vencimento, pode, inclusive, obter uma rentabilidade até quem sabe superior àquela contratada." Ganho de quase 14% com Tesouro Prefixado. Na quarta-feira (4), os títulos pré do Tesouro Direto pagavam entre 13,57%, com vencimento para janeiro de 2028, e 13,91%, para vencimento em 2035 com juros semestrais. Por outro lado, CDBs prefixados de bancos médios pagam até 13% a.a., sobretudo para prazo entre dois e cinco anos, diz o analista da Ouro Preto Investimentos, Sidney Lima. No caso das debêntures, há opções entre 11% e 13,5% ao ano. "É um patamar bastante elevado, sobretudo diante da expectativa de queda futura da Selic, o que pode valorizar ainda mais esses ativos." Mas quais os riscosQualidade do emissor e fundamento do ativo em primeiro lugar. O sócio da WMS Capital, Marcos Moreira, afirma que só depois o investidor deve olhar a rentabilidade e o nível de risco de acordo com o seu perfil. "Se a pessoa compra um título do banco 'X' e esse banco quebra, esse é o risco", diz. Ele ressalta que as emissões bancárias possuem a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), de até 250 mil por instituição financeira, limitado a R$ 1 milhão ao todo. Importante observar marcação a mercado para evitar surpresas. Moreira explica que o risco é você comprar um título prefixado, com vencimento para 2032, a uma taxa de 13,8% a.a., e dali a um ano esse mesmo investimento oferecer um retorno de 15% ao ano. Caso queira sair antes, a pessoa poderá sofrer um deságio, ou seja, queda na rentabilidade ou mesmo variação negativa, dependendo do emissor, prazo e variação de mercado. |